No seguimento do Manifesto UVE: “O Estado da Rede – A Incerteza Instalada”, publicado no passado dia 15 de janeiro, alguns Associados solicitaram esclarecimentos mais simplificados sobre a solução proposta pela UVE para a evolução do modelo de Mobilidade Elétrica.
A evolução proposta foi assumida pela UVE em 2019, com divulgação pública em 2020. Foi realizado um resumo atualizado do documento original, em julho de 2024, na sequência de uma solicitação por parte da tutela.
Fonte: Novo Modelo da Mobilidade Elétrica 2024, UVE, julho 2024
Com o objectivo de clarificar o mais possível – incluíndo os exemplos que sabíamos que iriam levantar mais dúvidas – criámos um resumo visual da interoperabilidade desejada, com vista a ser acessível a todos os Utilizadores de Veículos Elétricos.
O que pretendemos com esta solução ilustrada em baixo – já por diversas vezes transmitida pela UVE ao longo dos anos – é proporcionar o maior número de possibilidades de escolha para ativação de um Posto de Carregamento de Veículos Elétricos (PCVE) por parte de todos os utilizadores.
A questão principal é “Porque não pode o utilizador ter uma ampla escolha da forma como quer pagar o seu carregamento em qualquer posto público?“. Vejamos várias situações e exemplos:
- Pagamento com cartão frota, um cenário atual, onde o custo do carregamento é faturado à empresa: cartão com uma tarifa negociada vantajosa para os veículos da frota (mais de 70% do mercado atual), para um carregamento que pode ser efetuado na rua, no parque de estacionamento do escritório ou até na garagem de casa/condomínio;
- Pagamento com um cartão bancário – sem qualquer contrato prévio – no Terminal de Pagamento Automático (TPA) do posto, cujo operador afixa e aplica uma tarifa simples (ad-hoc) que inclui todas as componentes do carregamento – comprando a energia da forma que lhe for mais conveniente;
- Pagamento com app/cartão do Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) da escolha do utilizador; (por exemplo) nos casos em que tem um desconto negociado para todos os serviços energéticos com esse comercializador – eletricidade em casa + mobilidade elétrica;
- Pagamento com a app/cartão do Operador do Ponto de Carregamento (OPC) com uma tarifa simplificada, fácil de entender sem ter de fazer contas (usando o TPA, QRCode, etc), com um valor mais vantajoso, previamente acordado entre o utilizador e o OPC. Uma melhoria a disponibilizar.
- Pagamento com a app de uma rede de supermercados, um cenário atual, onde num posto de um OPC com acordo com essa rede, se confere promoções ao utilizador: em forma de desconto nas compras posteriores ou para uso de desconto no carregamento na sequência de compras anteriores;
- Veículos com plug&charge que permitem associar (no futuro) um ou mais contratos de CEME ou OPC nas suas apps para uma experiência de utilização inigualável. Uma melhoria a disponibilizar.
Na base de todas estas soluções estão 3 grandes grupos de tarifas que obrigatoriamente passariam a estar disponíveis para os utilizadores em todos os Postos de Carregamento Público:
- Tarifa ad hoc – uma tarifa global (tudo incluído) disponibilizada via TPA (>50kW) ou digital (QRcode) (<50kW) pelo proprietário do posto / OPC ou pelo CEME associado ao mesmo.
- Tarifa Local – uma tarifa global (tudo incluído), claramente visível no local de carregamento, disponibilizada pelo proprietário do posto / OPC ou pelo seu CEME associado, que pode adotar todas as formas que estes pretendam. Idealmente, nenhuma limitação deve impedir a implementação desta solução.
- Tarifa de Operação – A atual tarifa OPC aplicada ao serviço de operação do posto para disponibilizar a todos os CEME (cartões ou applicações).
Com estas e outras opções, cada utilizador escolhe a forma que mais se adequa ao seu perfil e necessidades em cada momento. O mercado atual dispõe da capacidade para criar a tecnologia necessária para resolver e simplificar a implementação das integrações.
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