As vendas de veículos elétricos – híbridos plug-in e 100% elétricos – depois de terem resistido à hecatombe das vendas totais da indústria automóvel, em abril de 2020, recuperam impulsionadas pelas vendas dos híbridos plug-in no mês de maio de 2020.
As vendas dos veículos 100% elétricos (BEV) registaram um aumento de 7.8% em relação a abril, enquanto as vendas dos veículos híbridos plug-in (PHEV) duplicaram, registando uma variação de 105%, em relação ao mesmo mês de abril. No global os veículos elétricos (BEV+PHEV) registaram um aumento 58% neste mês de maio face a abril de 2020.
A marca mais vendida durante o mês de maio foi a Renault com 48 viaturas entregues, seguida da Nissan que vendeu 41 unidades, sendo o terceiro lugar do podium ocupado pela Smart – agora uma marca exclusivamente elétrica – que vendeu 26 veículos.
No total do ano em curso, o primeiro lugar continua ocupado pela Tesla – outra marca exclusivamente elétrica – com 670 viaturas vendidas, seguida da Nissan com 609 veículos entregues, estando no terceiro lugar a Renault com 549 unidades vendidas.
No segmento dos veículos híbridos plug-in, as três marcas mais vendidas em Portugal mantêm as suas posições relativas, com a BMW a manter o primeiro lugar com 168 viaturas vendidas no mês de maio, e 827 no total do ano. Segue-se a Mercedes-Benz com, respetivamente, 163 viaturas entregues em maio, e 733 no ano. Fecha o podium a Volvo com 100 veículos entregues em maio, e com um acumulado do ano de 444 unidades vendidas.
Podemos constatar que os veículos elétricos estão a recuperar das quedas de abril. Veremos como se comportam no último mês do trimestre, e se mantêm o caminho da recuperação que indiciam os números de maio.
Nos veículos 100% elétricos, a recuperação não foi tão acentuada, mesmo assim, num clima tão adverso à aquisição de um automóvel, pelas incertezas que a atual situação de saúde pública e económica nos reserva, é de assinalar o ligeiro aumento das suas vendas. O último mês de cada trimestre é normalmente influenciado pelo concentração das vendas de uma só marca, a Tesla, que aí concentra a grosso das suas vendas, devido à política de apresentação de contas trimestrais aos seus acionistas. Aguardemos por junho para confirmar a recuperação das vendas nos BEV.
Foi nos híbridos plug-in que se verificou o grande impulso nas vendas durante este período de grande contração económica. Os PHEV venderam 562 unidades em maio de 2020, registando um aumento de 105% face ao mês de abril de 2020, e um crescimento de 44.5% face ao mês homólogo de 2019, o que é de realçar.
Num comparativo entre o comportamento das vendas, no mês de maio, dos automóveis ligeiros de mercadorias e de passageiros, com motores de combustíveis fósseis (VCI) e com motores elétricos (VE), saem claramente em vantagem os VE – Veículos Elétricos, com uma queda de apenas 6.5% em relação à queda dos VCI – Veículos de Combustão Interna, com uma queda de 64.7%, dez vezes superior.
Se o comparativo fôr em relação à totalidade do ano de 2020, os veículos elétricos registam um aumento das vendas de 28.3%, em relação ao período homólogo de 2019, enquanto os veículos com motores térmicos registam uma queda, muito assinalável, de 48%.
A quota de mercado dos veículos elétricos em relação à totalidade das vendas, englobando todos os tipos de combustível/energia, em Portugal cifra-se em 8.5%, em relação ao mês de maio, e aumenta para 9.4%, se considerarmos a totalidade do ano de 2020.
A atual crise de saúde pública que está a ter consequências devastadoras na indústria automóvel mundial, veio evidenciar o papel altamente negativo que os veículos com motores térmicos – sejam a gasolina ou a gasóleo – têm no ambiente, especialmente constatável nas grandes áreas metropolitanas e nas cidades, quer a nível da poluição ambiental, quer a nível da poluição sonora.
Em consequência, muitos cidadãos estão a considerar, pela primeira vez, a aquisição de uma viatura não poluente. Por sua vez, os governos europeus estão a aprovar várias medidas com maiores incentivos à aquisição de veículos não poluentes, como é o caso da Alemanha, França e Holanda, além da proposta de incentivos em estudo pela União Europeia, que visa apoiar a mobilidade elétrica, quer com os incentivos à aquisição, quer com o apoio à criação de uma Rede Europeia de Carregamento para VE.
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