A desinformação e as dúvidas levantadas pela poluição global causada pelos Veículos Elétricos, por comparação com os veículos com motor de combustão interna, são constantes. Recentemente, pelo canal de YouTube GasTroll, surgiu um trabalho bastante completo que analisa esta comparação. A UVE procedeu à tradução do vídeo para português!
Foi importante para a UVE fazer a tradução do vídeo para português, mas mais do que a simples tradução, foi fundamental adaptar os números à Europa e, particularmente, à realidade portuguesa. A versão em português produzida pela UVE teve validação por parte dos autores da versão original.
Os números parecem ser grandes, mas há que colocá-los em perspetiva e ver o que representam no universo de Portugal. Isso ajuda a compreender melhor esta história incrível.
Sabia que só um poço de petróleo gasta, por mês, eletricidade suficiente para viajar entre Faro e Viana do Castelo 105 vezes num Veículo Elétrico?
A energia consumida pelos poços de petróleo nos EUA, mais todas as plataformas de alto mar num mês, seria suficiente para alimentar todos os veículos que circulam em Portugal (caso estes fossem todos 100% elétricos), durante 1 ano e meio!
Isto é apenas o consumo energético para extrair o petróleo do solo!
É importante reforçar: A eletricidade consumida num mês para extrair uma parte do petróleo mundial do solo será suficiente para que todo o parque automóvel em Portugal circule durante um ano e meio!
A energia usada para extrair o petróleo do solo nos Estados Unidos e em alto mar, seria suficiente para o consumo energético de mais de 80 milhões de Veículos Elétricos, em Portugal, se tal fosse possível!
Depois de toda a energia utilizada para extrair o petróleo, transportá-lo, refiná-lo e voltar a transportá-lo, 70% da energia gerada por um motor a combustão é perdida (dissipada em forma de calor). A produção do combustível fóssil é um processo incrivelmente sujo, dispendioso e ineficiente do início ao fim!
O transporte marítimo é responsável pela emissão de cerca de 1.000 milhões de toneladas de CO2 por ano; e os petroleiros são responsáveis por 10% desse valor. Estes petroleiros poluem tanto que muitos países não permitem que operem perto das suas linhas de costa e, por isso, são rebocados para um porto onde o petróleo é depois transferido para uma refinaria.
Visto que a recolha de dados teve como base a realidade dos EUA, o vídeo não detalha o consumo de energia das refinarias de petróleo, segundo as licenças de operação das refinarias de Sines e Matosinhos, emitidas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Segundo a APA, o consumo direto, exclusivamente elétrico, nas refinarias de Sines e Matosinhos foi de 398 TWh/ano e 211 TWh/ano, em 2005 e 2009 respetivamente.
Só este consumo elétrico é o suficiente para os gastos energéticos anuais de 240.000 Veículos Elétricos, ou seja mais de 5% do nosso parque automóvel.
Para além do consumo de eletricidade, as refinarias de petróleo possuem muitos outros consumos energéticos: Fuel Gás, Gás Natural, Resíduo Processual Combustível, etc… Esta análise dará lugar a um outro trabalho interessante, a realizar futuramente.
Nos Estados Unidos, 47% da energia provém de fontes que não emitem CO2 (renováveis e nuclear). Na Europa, este valor é bem melhor, com 56% da energia produzida através de fontes limpas (renováveis e nuclear).
Em Portugal, em 2020, foi melhor ainda, com 61,7% da eletricidade que consumimos produzida por fontes exclusivamente renováveis (hídrica, fotovoltaica e eólica).
Quando comparamos o trajeto do petróleo e da eletricidade, a diferença é enorme.
A eletricidade não precisa de ser extraída do solo, ser transportada em camiões ou comboios, ou bombeada ao longo de quilómetros de oleodutos, não precisa de cruzar os oceanos, não precisa de ser refinada e não polui os sítios onde vivemos.
Com este vídeo passamos a ter num único local o esclarecimento de muitas das dúvidas que são colocadas frequentemente à UVE, sobre o impacto ambiental dos Veículos Elétricos vs. veículos com motor de combustão interna.
Divulgue e partilhe este vídeo, pois desmitifica muitas das questões frequentemente levantadas.
É fundamental passar a mensagem certa, a realidade!