COP26 – 26ªCOP

Comunicado UVE n.º 5 / 2021, sobre a 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas que teve lugar em Glasgow entre 31 de outubro e 12 de novembro de 2021.

COP26 – 26ªCOP

Após 26 anos de Conferências das Partes das Nações Unidas, a COP1 realizou-se em Berlim em 1995, após o Protocolo de Kioto em 1997 na COP3 e o Acordo de Paris compromisso assumido em 2015 na COP21, acordos, protocolos e compromissos nunca assumidos e concretizados, existia uma grande expectativa face às decisões e compromissos que poderiam sair da COP26 em Glasgow.

Especialmente quando centenas de cientistas e a própria Organização das Nações Unidas (ONU) têm alertado para uma situação insustentável que poderá pôr em causa o próprio futuro da Humanidade.

O Alerta é Vermelho, os sinais de alarme soam em todos os quadrantes.

O grande problema que todos nós iremos enfrentar tem um nome: sobrepopulação, que resulta no consumo excessivo dos recursos naturais, no aumento exponencial da poluição atmosférica, na poluição dos rios e dos oceanos, na introdução de micro-plásticos na cadeia alimentar dos humanos, na libertação do metano devido à destruição do permafrost, no fabrico de inúmeros equipamentos fúteis e não essenciais aos cidadãos em geral, etc.

A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, no âmbito de uma ação da Aliança Global de Associações de Utilizadores de Veículos Elétricos (Global EV Alliance), participou com dois automóveis 100 % elétricos numa caravana de divulgação da mobilidade elétrica por toda a Europa fazendo duas exigências que cremos fundamentais e decisivas:

  1. A partir de 2030 só poderão ser comercializados veículos 100% elétricos e veículos híbridos plug-in;
  2. A partir de 2035 só poderão ser comercializados veículos 100% elétricos, ficando proibida a venda de qualquer veículo ligeiro de passageiros ou de mercadorias que tenha qualquer motorização que utilize combustíveis fósseis.

Os dois veículos elétricos da UVE percorreram mais de 14.000 km tendo-se reunido em Bruxelas na Sede da Associação Europeia para a Mobilidade Elétrica (AVERE) com representantes das Associações dos outros países e assinado a Declaração em duplicado.

Um dos exemplares foi entregue à AVERE que o fará chegar ao Parlamento Europeu e o outro foi entregue em Glasgow por representantes da GEVA aos representantes da COP26.

O que é que vale uma Declaração? Não mais que uma declaração de interesses, um compromisso de intenções. Bem mais importante que a Declaração foi mostrar à comunicação social e aos cidadãos dos países por onde a caravana elétrica passou a realidade que podemos viajar por toda a Europa em veículos elétricos e o nosso apelo pelo fim da utilização dos combustíveis fósseis.

A Declaração do “Transport Day” e a Declaração final da COP26, ficam muito longe do que se exigia, no entanto “obrigaram” o Mundo a falar de Alterações Climáticas, de aumento de temperatura, de incêndios gigantescos, de secas, de inundações, de fome, de centenas de milhares de migrantes, de cidades onde o ar é já hoje irrespirável, de países que se afundam (Tuvalu), etc.

Temos pela frente o desafio das nossas vidas e o futuro das gerações futuras.

Humanos que já nasceram, se nada for feito em relação ao aumento da temperatura sofrerão consequências, hoje, inimagináveis.

Urge pôr fim

  1. Aos subsídios aos combustíveis fósseis;
  2. À utilização dos combustíveis fósseis nos transportes terrestres;
  3. À utilização do carvão na produção de eletricidade.

Exige-se

  1. Produção de eletricidade a partir de fontes renováveis e não poluentes;
  2. Independência energética de Portugal, substituindo as importações de gás e de petróleo para produção de eletricidade, pela produção de eletricidade através de fontes renováveis que são nossas, sol, vento, rios, marés, geotermia, que nos protegerão da especulação de preços que inevitavelmente irá acontecer nos mercados internacionais.

Em resumo, não seria de esperar muito mais de representantes de países que dependem em exclusivo ou quase em exclusivo dos combustíveis fósseis, e foram esses países que mais se opuseram a dar passos mais firmes e concretos em relação ao futuro, passos esses que serão dados, ou negociados e planeados de uma forma faseada mas urgente, ou, esses passos serão dados de uma forma demolidora, devastadora, podendo mesmo vir a pôr em causa as sociedades democráticas, as liberdades e mesmo a própria existência da Humanidade.

Não existe Planeta B!, mas este não é um problema do planeta, ele continuará a existir mesmo após a extinção da Humanidade, nós é que precisamos que este planeta, a Terra, continue a reunir as condições para que os Humanos aqui possam viver.

Cada um de nós, não só pode, como deve, tem que fazer algo, por mais pequeno e insignificante que possa parecer. O nosso futuro depende exclusivamente de nós, como aliás sempre assim foi.

Nunca o lema da UVE esteve tão acertado como agora:

Enquanto uns falam, nós fazemos!

Mãos à obra!

Saudações Elétricas

Lisboa, 14 de novembro de 2021

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