Artigo publicado na revista DECO Proteste, de março de 2019, sobre a Família Azevedo.
Telmo Azevedo é um dos Associados Fundadores e um dos dirigentes da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos.
Casa Mais Sustentável
Ao fim de dois anos de utilização do sistema fotovoltaico, Telmo viu a fatura da eletricidade baixar cerca de 140 euros por ano.
O desejo de Telmo Azevedo, de Sintra, já esteve mais longe de ser alcançado. A ação “Renováveis em Casa” e a Comunidade Energias Renováveis são dois projetos que procuram facilitar e consciencializar os consumidores a investirem em energias renováveis. Se na comunidade pode obter ajuda com respostas a dúvidas, tendo ao dispor um painel de especialistas, na ação “Renováveis em Casa”, pode comprar produtos com condições mais favoráveis e com parceiros que irão garantir o acesso a soluções mais adequadas.
Telmo Azevedo, engenheiro informático, explica que a eletricidade pode ser produzida de várias maneiras, ou seja, “em vez de se consumir energia proveniente de uma qualquer central a carvão, podemos consumir e alimentar uma casa com a energia do Sol”.
Por essa razão, instalou na sua casa dois painéis fotovoltaicos para produzir eletricidade e um sistema solar térmico que lhe permite aquecer as águas quentes sanitárias (AQS).
“Fomos a primeira família, aqui na zona, a instalar o sistema AQS e, passados seis meses, os vizinhos começaram a fazer o mesmo.” A família Azevedo tem sido pioneira em sistemas sustentáveis.
Em 2011, Telmo comprou a primeira mota elétrica e, ao fim de três anos, avançou para o carro. “Espero que os meus filhos nunca venham a conduzir um carro a combustão na vida”, adianta o informático que viaja diariamente entre Lisboa e Sintra na sua mota elétrica.
Em 2015, quando a família se mudou para a casa onde vive atualmente, não havia outra forma de aquecer as águas para os banhos além da rede elétrica. Por essa razão, Telmo investiu num sistema solar térmico, que aquece 90% das AQS. No inverno, em dias nublados, liga a resistência do cilindro de 2 kW, durante duas horas, no período bi-horário, e fica com a água a 45ºC, permitindo a toda a família tomar banho quente pela manhã.
Dois anos depois, Telmo voltou ao telhado para instalar um sistema fotovoltaico para autoconsumo que permite a produção em pico de 500 watts de eletricidade, sabendo que eram suficientes: se a potência do sistema fotovoltaico fosse superior, iria injectar energia para a rede sem ter qualquer ganho com isso. Após algumas pesquisas online, e com a ajuda de amigos, Telmo calculou a potência necessária para ter algum fluxo de autoconsumo sem desperdiçar.
O investimento em sistemas solares, na sua opinião, foi moderado e assentou na premissa de conseguir obter o retorno do investimento num prazo de cinco anos. Ao fim de dois anos de utilização, a família já nota a diferença na fatura, que foi reduzida em cerca de 11 euros mensais.
A poupança em eletricidade atinge os 140 euros anuais, mas, mais importante para Telmo, são os novos hábitos de consumo que a família adotou.
Banhos com novas regras
Na casa da família Azevedo, a utilização dos eletrodomésticos e o carregamento dos carros elétricos são feitos sempre em horas de vazio, ou seja, depois das 22h00.
Em relação ao painel fotovoltaico, Telmo garante que os hábitos não mudaram porque, como são apenas 500 watts produzidos, “não dá para sustentar o forno”. Contudo, o fotovoltaico compensa o consumo dos aparelhos em modo standby que tem em casa. “Tenho alguma robótica, routers, televisores, câmaras e computadores, e esse consumo constante fica anulado com o fotovoltaico”, conta Telmo.
Onde os hábitos se alteraram um pouco foi nos banhos. Telmo diz ter instalado no quadro superior da casa um sensor que indica a temperatura real da água dentro do cilindro. Quando não está suficientemente quente para tomar banho, ativa o autómato, que durante a noite vai ligar a resistência do cilindro. Os miúdos também se adaptaram e sabem que, quando a água está nos 30ºC, devem ligar o sistema e, assim, têm a água sempre quente para o banho.
“Renováveis em Casa”,
ação de compras em grupo
A nossa ação de compras em grupo, lançada em dezembro, visa ajudar os consumidores a comprarem equipamentos de ar condicionado, salamandras a pellets e sistemas fotovoltaicos para autoconsumo a um preço mais baixo. A inscrição é gratuita no portal www.renovaveisemcasa.pt. Até janeiro, mais de 460 consumidores mostraram interesse na campanha, que está, por agora, disponível na zona da Grande Lisboa com os sistemas fotovoltaicos. A ação será alargada a outras zonas do País em função da área de cobertura dos parceiros fornecedores.
Questionado sobre esta ação, Telmo concorda que o benefício maior de uma compra em grupo é reduzir o preço dos equipamentos e dos contratos de manutenção. Portanto, se houver uma compra em escala e o preço reduzir, aumenta a adesão.
Telmo planeia colocar mais painéis em casa. “Aquilo que almejo um dia é ter bateria e armazenar energia para usar durante o dia e à noite para carregar os veículos elétricos”, termina.
Comunidade Energias Renováveis
Uma das barreiras que os consumidores encontram na compra de sistemas de energia renováveis é nem sempre saberem quais os equipamentos mais apropriados.
Se precisa de ajuda para esclarecer dúvidas, aceda ao site da Comunidade Energias Renováveis: www.deco.proteste.pt/comunidades/energias-renovaveis.
Pode obter informação especializada sobre as melhores opções para si. Apenas precisa de efetuar um registo simples e gratuito para aceder ao fórum e deixar as suas questões.