Apesar de não serem imunes à crise, as marcas de automóveis não retiraram a sua aposta nos carros elétricos e reforçam que, a mobilidade sustentável, é o caminho inevitável.
Entre os líderes das marcas entrevistadas pelo Jornal Económico, Henrique Sánchez, Presidente da UVE, responde a duas questões:
1. DE QUE FORMA A COVID-19 IMPACTOU A OPERAÇÃO E A MISSÃO DA EMPRESA PARA MELHORAR A MOBILIDADE SUSTENTÁVEL EM PORTUGAL?
A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, traçou um Plano de Atividades para 2020 ambicioso e otimista, no que diz respeito ao avanço da mobilidade elétrica em Portugal. Os impactos iniciais da Covid-19, com o significativo abrandamento, nalguns casos paragem, das atividades económicas, colocou-nos perante um cenário de incertezas como nunca tínhamos enfrentado.
No entanto esta paragem, permitiu-nos confirmar pela constatação prática, do que serão as cidades e as grandes áreas metropolitanas sem veículos poluidores com motores de combustão interna. A qualidade do ar melhorou substancialmente, os níveis de ruído caíram para valores que não põem em causa a saúde pública, a atividade comercial e industrial resumiu-se ao essencial e imprescindível para todos nós. As cores ficaram mais vivas, os pássaros fizeram-se ouvir nos centros das cidades, um conjunto de animais não-domésticos atreveram-se a explorar áreas habitadas pelos humanos.
2. COMO PRETENDEM TRANSFORMAR ESTE DESAFIO NUMA OPORTUNIDADE PARA ATRAIR MAIS CLIENTES INTERESSADOS EM CARROS ELÉTRICOS?
As vendas de automóveis ligeiros de passageiros e comerciais com motores de combustão interna, a gasóleo ou a gasolina, caíram a pique, atingindo, no caso de Portugal uma queda de 86.5%, enquanto as vendas dos veículos elétricos mostraram grande resiliência à hecatombe que atingiu todo o setor, tendo recuado apenas 35.4%, no passado mês de abril. Em maio confirmou-se esta tendência com os automóveis com motores térmicos a recuarem 64.7% enquanto os veículos elétricos recuaram apenas 6.5%, em relação ao mês homólogo de 2019.
Estes valores indiciam que a perceção pelos cidadãos em relação à mobilidade elétrica está a mudar, passando muitos deles a colocar a possibilidade real de adquirirem um veículo elétrico.
Os veículos elétricos atingem uma quota de mercado, neste mês de maio de 2020, de 9.4% do total de vendas de novos automóveis. Estão assim abertas as portas a um aumento significativo das vendas de veículos elétricos, saibam as marcas apresentar produtos e modelos elétricos ou eletrificados, com mais autonomia, a preços mais reduzidos, abrangendo todos os segmentos e satisfazendo a atual crescente procura por veículos com zero emissões ou de reduzidas emissões.
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