Helexia e Auchan em parceria para um desenvolvimento económico sustentável

O grupo Auchan vai em conjunto com a multinacional Helexia traçar um caminho de sustentabilidade, energias renováveis e mobilidade elétrica.

Segundo comunicado enviado do grupo Auchan, um dos seus objetivos conjuntos com a Helexia é “contribuir para um modelo de desenvolvimento económico sustentável”. Este plano envolve a instalação de postos de carregamento de veículos elétricos nas lojas do grupo assim como a produção de energia renovável para auto-consumo.

A multinacional de energias renováveis e também operador de mobilidade elétrica em Portugal vai instalar numa primeira fase 39 carregadores elétricos em 9 lojas Auchan em 2020, num investimento de 600 mil euros, seguindo-se mais 30 lojas do grupo em 2021.

A primeira loja a receber estes equipamentos foi em Alverca com 2 postos de carregamento rápido (PCR de 50 kW) e 4 postos normais (PCN duplos de 22 kW), que serão ligados esta semana já integrados na rede pública de carregamento.

Partilhamos os detalhamos das localizações desta primeira fase:

O investimento na instalação dos carregadores elétricos é realizado pela Helexia, assim como a sua gestão e manutenção durante cinco anos e onde existe uma partilha de receita com o detentor do espaço.

A Helexia é uma multinacional francesa presente em sete países, mas é em Portugal que decidiu avançar com esta aposta na mobilidade elétrica desde que chegou em 2016, sendo o nosso país o melhor case-study para ensaiar a sua expansão nesta área.

No seguimento deste projeto a UVE entrevistou o CEO da Helexia, Luís Pinho, para sabermos mais da sua missão na sustentabilidade e mobilidade elétrica.

Qual a visão da Helexia para um futuro mais sustentável?

Na Helexia acreditamos e estamos focados na Transição Energética como fator de sustentabilidade, e para isso desenvolvemos com – e para – os nossos clientes e parceiros, projetos que contribuam para essa Transição. Acreditamos que podemos em cada local desenvolver o melhor mix energético que contemple o melhor uso de energia, produção de energia e mobilidade eléctrica. É no binómio Economia e Ecologia que pensamos quando desenvolvemos os nossos projetos, e com eles contribuir para a Redução da pegada ecológica, Redução de consumos, e redução de custos, é assim que contribuímos para um futuro mais Sustentável.

A mobilidade elétrica aliada à produção foto-voltaica é um mercado ainda emergente no nosso pais?

Eu diria que sim, mas a tendência está a mudar e para nós não devem estar dissociados, temos que aliar a produção de energia de fonte renovável ao carregamento das viaturas eléctricas, só assim temos asseguramos que a mobilidade eléctrica contribui para a sustentabilidade ecológica.

Sendo a Helexia um empresa internacional, o que difere o nosso mercado dos restantes a nível de investimentos na sustentabilidade?

A maturidade dos vários países no tema da sustentabilidade assenta em 3 eixos principais. A disponibilidade de recursos para produção de energia renovável, a opção politica de criar e/ou apoiar mediadas e esquemas regulatórios que viabilizem a implementação de projetos, e a disponibilidade financeira dos governos e empresas. No âmbito Europeu onde a Helexia está maioritariamente, há países em que o desenvolvimento deste tipo de projetos foi suportado por fortes incentivos financeiros e fiscais, por exemplo França, Bélgica e Itália. Em Portugal a dinâmica foi diferente, principalmente na sequência da intervenção financeira que estancou os modelos “feed-in-tariff”. Mas, Portugal tem a vantagem ao nível dos recursos, e uma exposição solar que aliada à maturidade das soluções técnicas, permitiu nos últimos anos um crescimento interessante no numero de instalações para auto-consumo. Eu diria em resumo que aparte as diferenças estruturais e de capacidade de investimento Portugal está no pelotão da frente, e serve de exemplo a muitos outros países.

O projeto com a Auchan a 5 anos prevê a expansão de carregadores a mais lojas? Quais as metas a atingir?

Naturalmente que o objectivo é consolidar esta parceria, e contribuir não apenas na mobilidade mas também na produção e gestão de energia nas outras lojas. O nosso objectivo e contribuir sempre com projetos económica e ecologicamente sustentáveis, que promovam a auto-suficiência energética de cada edifício.

Como um operador recente, como se tem desenrolado o processo de integração na rede pública de carregamento? E onde poderão haver melhorias?

De forma geral o processo tem sido simples, as regras estão bem definidas e isso é o principal fator para o desenvolvimento. Estamos expectantes quanto ao grau de crescimento da rede e também do numero de viaturas eléctricas e como a infraestrutura será capaz de acompanhar esse crescimento. A rede Mobi.E enquanto plataforma agregadora de toda a informação e ponto de ligação entre utilizadores, CEME’s e OPC’s, poderá ter um papel cada vez mais importante quando permitir integração de outros softwares de gestão da rede, isto vai permitir uma maior dinâmica concorrencial e uma relação cada vez maior e mais próxima entre os intervenientes, e com isto ganham os utilizadores, ganha o sector e potencia um crescimento mais sustentável da rede.


Como utilizadores acreditamos que este é um dos caminhos a implementar na proliferação na mobilidade elétrica com a disponibilização do carregamento nos locais onde os veículos permanecem a carregar enquanto estamos a usufruir dos serviços desse local. É o chamado de Win-Win em que todos ganham.

Aguardamos a instalação destes postos agora planeados na esperança da continuidade exemplar deste projeto para as zonas comerciais de todo o pais!