A possibilidade avançada pelo Governo de deixar de conceder apoios à compra de carros elétricos merece a oposição frontal da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) que admite, contudo, alterações na forma dos incentivos.
“Vem contra tudo aquilo que nós esperávamos”, diz ao Negócios Henrique Sánchez, presidente da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) quando questionado sobre a possibilidade de o Governo pôr fim aos apoios à compra de veículos elétricos.
A reação surge após a indicação dada pelo secretário de Estado da Mobilidade, Jorge Delgado, em entrevista ao Negócios e Antena 1.
Henrique Sánchez critica duramente essa posição, contrapondo que “nesta altura devíamos estar a pensar que mais incentivos é que devíamos conceder”.
E, salienta, apesar do forte crescimento das vendas de automóveis elétricos estes apenas representam 1% do parque automóvel nacional. “Temos um longo caminho pela frente”, frisa.
A UVE, revela, vai pedir uma reunião com o Governo para apresentar propostas que possam melhorar a eficácia dos incentivos.
Entre as propostas, adianta, poderá estar a redução do preço máximo dos veículos elegíveis para apoios – atualmente nos 62.500 euros – para um valor entre os 40 a 45 mil euros. Isto, defende, porque são as pessoas que compram veículos desses valores que mais necessitam dos apoios.
Outra das possibilidades passa pela redução do valor de cada incentivo dos atuais quatro mil euros para os três mil ou 3.500 euros, aumentando, em simultâneo o número de incentivos.
Jornal de Negócios [edição digital]
15 de maio de 2023 às 15:09