Apesar do descalabro nas vendas dos automóveis ligeiros com motores poluentes (gasolina e gasóleo) – que caíram 86.5% -, as vendas de veículos elétricos em abril retrocederam apenas 35.4%, tendo atingido uma quota de mercado de 14.4%.
As vendas de automóveis ligeiros de passageiros e de mercadorias, considerando todos os tipos de combustível/energia, registaram um autêntico colapso no mês de abril. Recuaram 84.8%, tendo sido vendidas 3.687 viaturas, das quais 531 referem-se a veículos elétricos (BEV – Battery Electric Vehicle e PHEV – Plug-in Hybrid Electric Vehicle). Corresponde a uma queda de apenas 35.4%, mostrando uma grande resiliência face ao descalabro das vendas de viaturas com motores de combustão interna.
Em abril, por construtor e nos veículos 100% elétricos, o primeiro lugar do podium foi para a Nissan com 72 unidades entregues, seguida da Peugeot com 43 viaturas vendidas, ficando o terceiro lugar para a Renault com 39 unidades entregues.
No acumulado do ano de 2020, também para os veículos 100% elétricos, a Tesla mantém o primeiro lugar com 661 viaturas entregues, seguida da Nissan com 568 e a Renault com 501 unidades vendidas.
No que se refere aos híbridos plug-in, a BMW em primeiro, a Mercedes-Benz em segundo e a Volvo em terceiro, distribuiram entre si os lugares do podium quer no mês, quer no acumulado do ano.
Abril mostrou uma contração significativa das vendas de veículos 100% elétricos, tendo sido o primeiro mês em que vigorou o estado de emergência. Registou, apesar de tudo, 257 viaturas vendidas, o que equivale a um novo máximo na quota de mercado de veículos 100% elétricos vendidos em Portugal: 7%!
O mesmo cenário registou-se durante o mês de abril no que respeita aos veículos híbridos plug-in, tendo sido vendidas 274 unidades, em pleno estado de emergência, sendo atingido também um novo máximo da quota de mercado de híbridos plug-in vendidos em Portugal: 7.4%!
Maio poderá vir a ser um indicador da resiliência dos veículos elétricos face à completa hecatombe da indústria automóvel europeia e mundial. Para se ter uma ideia do panorama atual, no Reino Unido as vendas totais de automóveis ligeiros caíram 97% durante o mês de abril.
Nada ficará como antes. Também na indústria automóvel, sendo previsível uma cada vez maior apetência por veículos elétricos suaves, trotinetes e bicicletas elétricas, mas também o andar a pé. Quanto aos ligeiros de passageiros e comerciais, deveremos ver uma cada vez maior procura por veículos elétricos.
Cabe a cada um de nós fazer opções mais sustentáveis, mais amigas do ambiente, mas também mais eficientes, tecnologicamente mais desenvolvidas e, muito importante, mais económicas.
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