Em junho de 2020 as vendas de veículos elétricos cresceram 3% em relação ao mês homólogo de 2019 e avançaram 58% em relação ao mês de maio de 2020.
No 1º semestre de 2020 venderam-se em Portugal 7.519 unidades no total dos veículos elétricos, no somatório dos veículos 100% elétricos (BEV – Battery Electric Vehicle) e dos veículos híbridos plug-in (PHEV – Plug-in Hybrid Electric Vehicle). Registando-se uma distribuição de 50/50 na relação entre o número de BEV e PHEV vendidos.
Pela primeira vez neste trimestre, onde a indústria automóvel foi fustigada pela crise gerada pela Covid-19, as vendas de veículos elétricos voltaram a crescer em relação ao período homólogo. Confirmando a sua maior resiliência face à hecatombe nas vendas de veículos com motores a combustão interna (VCI – Veículos de Combustão Interna).
Na categoria dos 100% elétricos (BEV), embora seja de registar o crescimento moderado desde abril, ainda não foi atingido o número de viaturas vendidas no mês homólogo de 2019.
Em relação aos híbridos plug-in (PHEV) já se verifica um grande aumento nas vendas, quer em todo o trimestre, quer em relação a junho de 2019, fruto das vendas para empresas, que beneficiam de incentivos fiscais muito apelativos.
No que se refere às marcas mais vendidas, na categoria dos 100% elétricos, este mês de junho, destacamos o segundo lugar da Peugeot com 82 viaturas vendidas, logo atrás da Renault que obtém o primeiro lugar com 94 unidades entregues e da Nissan que fecha o podium com 69 viaturas vendidas.
Neste 1º semestre o primeiro lugar continua na posse da Tesla, que vendeu 724 viaturas, completando o podium a Nissan no 2º lugar com 678 veículos vendidos e a Renault no 3º lugar com 643 unidades entregues.
No que se refere aos híbridos plug-in os três primeiros lugares do podium são divididos pelas três marcas com maior oferta nesta categoria: a Volvo (234 viaturas vendidas), a Mercedes-Benz (211) e a BMW (187), no que se refere ao mês de junho.
Quanto ao resultado no semestre a BMW e a Volvo trocam as suas posições: o 1º lugar vai para a BMW (1.014 unidades vendidas), a Mercedes-Benz (944) e a Volvo (678).
Numa tabela conjunta de BEVs e de PHEVs e no que se refere ao mês em análise, a Volvo, a Mercedes-Benz e a BMW mantêm os três primeiros lugares.
No entanto, se analizarmos o semestre, regista-se a intromissão de uma marca exclusivamente elétrica, a Tesla, neste podium dos mais vendidos, ocupando o terceiro lugar.
Neste gráfico comparativo, podemos constatar que os VCI, modelos exclusivamente movidos com a utilização de combustíveis fósseis, estão ainda longe de alcançar os valores de venda de 2019.
Enquanto que os Veículos Elétricos, no conjunto dos 100% elétricos e dos híbridos plug-in, têm vindo, mês a mês, a recuperar as suas vendas tendo já atingido em junho um aumento, embora pequeno, em relação a junho de 2019.
A hecatombe nas vendas dos VCI, veículos movidos a combustíveis fósseis, mantém-se, tendo em junho registado uma quebra nas vendas de 56.3% e no semestre em análise uma quebra acumulada de 51.3%.
No que diz respeito aos veículos elétricos e eletrificados, após dois meses negativos, abril e maio, as vendas já recuperaram e ultrapassaram os valores de 2019. Em junho o aumento foi de 3.3% e no acumulado do semestre o aumento foi de 23.3%.
A quota de mercado dos veículos elétricos (BEV+PHEV), considerando os veículos ligeiros de passageiros e de mercadorias já alcança os 10%, seja no mês de junho, seja na totalidade do semestre.
Se forem apenas considerados os veículos ligeiros de passageiros, esta quota de mercado atinge os 11.8% no que se refere ao mês e junho e os 11.4% se contabilizarmos todo o 1º semestre de 2020. Quotas já muito interessantes a atingirem os dois dígitos. Um excelente sinal para o futuro da mobilidade elétrica em Portugal.
Portugal mantém o 4º lugar nas vendas de VE na União Europeia e se considerarmos somente os PHEV, Portugal está em terceiro lugar na União Europeia.
A nível mundial Portugal ocupa o 7º lugar nas vendas de Veículos Elétricos.
Este gráfico final é bem elucidativo da resiliência na queda, dos veículos elétricos, em relação aos veículos movidos a combustíveis fósseis e na franca e mais expressiva recuperação das suas vendas, agora que ficou muito mais visível para todos o grande benefício dos transportes elétricos e eletrificados no ambiente das cidades e das grandes áreas metropolitanas.
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